quinta-feira, 7 de junho de 2012

Matas Ciliares, artigo de Roberto Naime


Curso d’água sem mata ciliar preservada e com muitas gramíneas invasoras. Foto do Projeto de Recuperação de Matas Ciliares (PRMC) da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo



 Cílios são a denominação que atribuímos aos fios de cabelo existentes sobre nossos olhos e que tem importantíssima função de proteger nosso aparelho de visão. No meio científico existem inúmeras definições sobre as matas ciliares e suas funções, mas inegavelmente a inspiração original da denominação são os cílios que exercem função análoga para nossos olhos.

As matas ciliares criam um ecossistema específico ao redor dos cursos de água superficial, criando um habitat para as espécies faunísticas que tem em comum com as espécies florísticas necessitar de uma fonte permanente e regular de recursos hídricos.

As matas ciliares atuam no sentido de estabilizar as encostas, com suas raízes tendo a função de pequenos e naturais estaqueamentos que evitam a instabilização dos taludes verticais ou inclinados formados nos limites das caixas de drenagem dos cursos de água.

A vegetação mantém a temperatura diferenciada na faixa de cobertura da mata ciliar favorecendo seu próprio desenvolvimento e da fauna própria regional associada e contribui muito para a estabilização das encostas tanto naturais quanto induzidas pela ação antrópica. A ausência de vegetação é um fator extremamente relevante para a ocorrência de deslizamentos em encostas como observados em regiões geográficas do estado do Rio de Janeiro.

A destruição sistemática das matas ciliares decorre das atividades agropastoris e da pouca compreensão que se tem da importância da função que estas estruturas de flora exercem. A pecuária impede a regeneração natural das áreas de mata ciliar degradadas, enquanto a agricultura é patrocinadora de programas de drenagem de áreas de várzea onde frequentemente as matas ciliares ocorrem, e com a drenagem tende a ocorrer a falta de água no solo e a destruição das matas ciliares e seus ecossistemas associados.

As matas ciliares também são destruídas nas encostas nas regiões em que protegem cursos de água sem estarem inseridas em bacias hidrográficas com a ocorrência de várzeas.
As matas ciliares constituem corredores naturais que permitem tanto para a própria flora, quanto para a fauna associada no ecossitema local, que as espécies possam ganhar mobilidade, se reproduzir e garantir a biodiversidade específica de cada região que exerce uma função intangível no equilíbrio homeostático do conjunto holístico.

Isto justifica a enorme discussão para que os legisladores não permitam que a recuperação destas matas ciliares seja executada também com espécies exóticas, pois apenas em função de atrativos financeiros buscando reduzir custos de recuperação, se coloca em risco todo um conjunto de características próprias e locais dos ecossistemas.

Estas peculiaridades garantem a riqueza e o desenvolvimento pleno do potencial da biodiversidade local, que é o patrimônio maior e intangível do meio natural do qual fazemos parte e que deve ser preservado a qualquer custo para que as condições de qualidade ambiental sejam mantidas.

Muitas vezes estão ocorrendo definições de modelos de recuperação de matas ciliares e até mesmo de outros tipos de áreas degradadas sem considerar a importância extrema das características geológicas e geomórficas dos locais e de sua flora e fauna decorrente associada.

É necessária a institucionalização da recuperação das matas ciliares, aliada à práticas de conservação e manejo adequado dos terrenos, capazes de integrar políticas agrícolas, de recursos hídricos, florestais e ambientais, num só sistema, integrado, eficiente, eficaz e permanentemente monitorado por fatores variáveis que sejam relevantes, e adequados sob o prisma financeiro e operacional também.

Só assim podem ser reconstituídos os ecossistemas locais e a biodiversidade pode ser mantida e ampliada em todo seu potencial. E todo o conjunto potencialize a satisfação mínima de recursos naturais que as futuras gerações irão demandar para manutenção de sua qualidade de vida.

Dr. Roberto Naime, Colunista do EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

EcoDebate, 06/06/2012

Investimentos para reduzir desmatamento podem sustentar até 8 milhões de novos empregos


Cerca de US$ 30 bilhões que são gastos, por ano, em investimentos internacionais para a redução de desmatamentos e da degradação das florestas poderiam sustentar até 8 milhões de novos empregos nos países em desenvolvimento, mostra o relatório Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma Economia Verde, divulgado ontem (31) pela Iniciativa Empregos Verdes.

Especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Internacional de Empregadores (OIE) e da Confederação Sindical Internacional (CSI) mostram no documento como uma economia favorável ao meio ambiente pode garantir empregos e trabalho decente em qualquer país.

Na Alemanha, um programa de renovação de prédios para melhorar a eficiência energética, por exemplo, tem mobilizado 100 bilhões de euros em investimentos. Além da economia com as contas de energia, a medida criou quase 300 mil empregos diretos por ano.

Segundo o documento, pelo menos metade da força de trabalho mundial (cerca de 1,5 bilhão de pessoas) será afetada caso os países adotem a economia verde como novo padrão. As mudanças atingiriam todos os setores, mas teriam maior impacto em atividades como a agricultura, silvicultura, pesca, energia, indústria manufatureira, reciclagem, construção e o transporte.

“Dezenas de milhões de empregos já foram criados por essa transformação. Por exemplo, o setor de energia renovável já emprega cerca de 5 milhões de trabalhadores, mais que o dobro do número de empregos entre 2006 e 2010”, destacam os especialistas.

Outra fonte de empregos verdes apontada pelo levantamento é a da eficiência energética, principalmente na indústria da construção, que foi o setor mais afetado pela crise econômica. Os especialistas da OIT, do Pnuma, da OIE e da CSI dizem ainda que a reciclagem é decisiva para a questão da eficiência do setor, com a redução de desperdiço, o ratamento adequado de resíduos e a recuperação de materiais de valor, além do potencial de inclusão social e redução da pobreza.

“É provável que a produção de energia fóssil experimente a perda de empregos. São necessárias politicas para garantir uma transição justa para os trabalhadores”, destaca, como exemplo, o estudo.

Reportagem de Carolina Gonçalves, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 01/06/2012

Operação combate extração ilegal de madeira no Amazonas


A “Operação Soberania” do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas em parceria com o Ibama já apreendeu 3 mil metros cúbicos de madeira no sul do Estado desde o início de abril.

Concentrada em quatro cidades do interior do Amazonas, localizadas ao longo das rodovias BR-319 e BR-230, a operação combate o desmatamento, além da extração e beneficiamento ilegal de madeira na região.

Segundo o Tenente do Batalhão Ambiental, Bruno Pereira, os trabalhos não tem data para terminar e estão focadas na identificação dos proprietários de terras que derrubaram floresta recentemente, além do patrulhamento para identificar madeiras escondidas na selva pelos responsáveis pelo corte ilegal. (Fonte: G1)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Plantio em florestas nativas pode render mais que pecuária


O plantio convencional da seringueira rende uma média de R$ 4.500,00 por hectare por ano.

Recuperar áreas desmatadas em São Paulo antes ocupadas pela Mata Atlântica com o plantio de espécies nativas e exóticas pode ser mais rentável do que a atividade pecuária, afirma o diretor-executivo do International Institute for Sustainability (IIS), Bernardo Strassburg. A ideia é que o produtor ganhe com recuperação do solo, venda de árvores e no recebimento por serviços ambientais. Ele explica que estão em desenvolvimento modelos de instalação, produção e comércio para seringueira e palmeira-jussara.

Segundo Strassburg, a intenção é que as espécies possam ser consideradas modelo desse tipo de atividade, que une produção e conservação, pois ambas têm plantio difundido pelo País e podem continuar sendo lucrativas se misturadas com outras espécies da Mata Atlântica.

O plantio convencional da seringueira rende uma média de R$ 4.500,00 por hectare por ano. Com a pecuária, a média é de R$ 100,00 por hectare por ano. "Temos de ver agora que impacto o plantio da seringueira em florestas nativas tem nesse rendimento", diz. Especialistas afirmam que a rentabilidade da seringueira em locais de mata nativa pode chegar a ser a mesma de uma plantação convencional. "Mesmo que caia pela metade ainda é maior do que a da pecuária."

O objetivo é juntar esforços para promover a utilização de florestas nativas para fins comerciais, para que ela seja vista pelos produtores rurais como uma solução rentável, não um problema. Entretanto, especialistas apontam que o desafio principal para o desenvolvimento de um plano de implantação de florestas nativas com fins econômicos é acabar com o gargalo na instalação das florestas, pois mercado para comercializar os produtos já existe.

"Regenerar florestas sai mais caro do que implantar qualquer outro tipo de atividade rural", afirma a representante do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, Maria José Zákia. O preço para a restauração varia de R$ 4.000,00 a R$ 14.000,00 por hectare. O do plantio de eucalipto, por exemplo, é de cerca de R$ 2.500,00 por hectare.

Para Maria, primeiro é necessário investir em tecnologia, metodologia e acesso à informação. "Quem quer plantar eucalipto tem informação fácil. Silvicultura de nativa não pode ser algo só para especialista." Ela diz que o conhecimento sobre essas culturas evitaria o desperdício de recursos. "Quem gastou R$ 14.000,00 para recuperar um hectare com espécie nativa o fez da maneira errada." Para ela, com a disseminação do conhecimento e uso tecnologias mais modernas, é possível reduzir o custo com o plantio de nativas para algo em torno de R$ 4.000,00.

Serviços Ambientais - Mesmo com uma possível redução no custo de implantação das florestas nativas, os valores iniciais continuam sendo elevados. "Nesse primeiro momento, o pagamento de serviços ambientais pode ajudar", diz Maria José.

Segundo Strassburg, cálculos iniciais apontam que, em 2020, o mercado de carbono deverá pagar U$ 25 por tonelada de CO2. Ele afirma que o valor seria suficiente para bancar o custo de restauração da floresta nativa e ainda gerar algum lucro para o proprietário da terra.

Strassburg ressalta que o Brasil, em particular o Estado de São Paulo, tem bastante potencial para crescer em pagamento de serviços ambientais no setor de água e carbono. Para que esse mercado possa ser aproveitado da melhor forma, é importante que o País estude desde já como fazer, instalar e usar da forma mais eficiente possível. Na avaliação de Strassburg, há avanços. "No longo prazo, o mercado de carbono vai acontecer, não vai ter outro caminho. Até 2020 ele vai estar instalado e temos que estar prontos."

Para o representante do IIS, o resultado do proprietário rural com o recebimento por serviços ambientais prestados no plantio de florestas nativas com exóticas é mais atraente no curto e médio prazos. Ele explica que, nos primeiros anos, os recursos são valiosos, mas conforme o produtor começa a cortar árvores para a venda, mesmo que de maneira sustentável, o valor dos serviços vai diminuindo. Por isso, deve ser visto com a função de financiar a transição de áreas rurais desmatadas em áreas recuperadas com florestas nativas.

Fonte: Terra

SOS Mata Atlântica divulga Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram nesta terça-feira (29), em entrevista coletiva, os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2010 a 2011. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan. O estudo aponta desflorestamentos verificados de 13.312 hectares (ha), ou 133 Km², no período de 2010-2011. Destes, 12.822 ha correspondem a desflorestamentos, 435 ha a supressão de vegetação de restinga e 56 ha a supressão de vegetação de mangue. No dia 27 de maio (domingo), foi comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica. Ela é o bioma mais ameaçado do Brasil: restam somente 7,9% de remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativas para a conservação da biodiversidade. Considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de 3 hectares, o índice chega a 13,32%. Da área total do bioma Mata Atlântica, 1.315.460 km2, foram avaliados no levantamento 1.224.751 km2, o que corresponde a cerca de 93%. Foram analisados os Estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e Bahia. Por causa da cobertura de nuvens, que prejudicam a captação de imagens via satélite, foram avaliados parcialmente os Estados da Bahia (57%), de Minas Gerais (58%) e do Espírito Santo (36%). Nos demais Estados do Nordeste que estão dentro dos limites do bioma – Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte – a análise foi impossibilitada devido a ocorrência de nuvens. Os dados são apresentados por Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica; Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE; e Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação. Para Marcia Hirota, o alerta dado no ano passado parece não ter sido suficiente. Entre os Estados avaliados em situação mais crítica estão Bahia e Minas Gerais, sobretudo nas regiões com matas secas. Em Minas Gerais, os desflorestamentos continuam ocorrendo na região agora chamada de “triângulo do desmatamento”, onde já foram identificados vários desflorestamentos no período anterior. Nesta região, as florestas nativas estão sendo transformadas em carvão e substituídas por eucalipto. “O alerta fica principalmente para Minas, o Estado que mais perdeu em termos de floresta neste período”, observa ela. Já Flávio Ponzoni ressalta que a cada edição a avaliação tem sido feita com mais agilidade e maior precisão, validando os desmatamentos em imagens recentes de alta resolução e com trabalhos de campo. A base está sendo complementada com as áreas de campos naturais, várzeas, matas ciliares de forma a tornar as próximas versões mais completas e permitir um melhor monitoramento dos impactos negativos decorrentes das alterações do Código Florestal. “Neste momento de crise, com o desmonte da legislação brasileira e a alteração do Código, é importante ter esse tipo de informação qualificada sendo gerada periodicamente para dar suporte a políticas públicas. Este é um ano de eleições e é fundamental que os candidatos a prefeito saibam qual é a base de Mata Atlântica que possuem em seu município e se comprometam com a proteção e recuperação da floresta”, diz Mario Mantovani. Ranking do desmatamento Em Minas Gerais, onde a Mata Atlântica já cobriu 46% do território total do Estado (27.235.854 ha de um total de 58.697.565 ha), hoje restam apenas 3.087.045 ha do bioma original. No período 2010-2011, foram desflorados 6.339 ha. A Bahia conquistou a triste segunda posição do ranking com o desflorestamento de 4.686 ha. Hoje, restam no Estado 2.408.648 ha de Mata Atlântica, o que, originalmente, já correspondeu a 18.875.099 ha. Mato Grosso do Sul, Santa Cantarina e Espírito Santo levam, respectivamente, as 3a, 4a e 5a posições, com o desmatamento de 588 ha, 568 ha e 364 ha. A esses números, somam-se desflorestamentos de 216 ha em São Paulo, 111 ha no Rio Grande do Sul, 92 ha no Rio de Janeiro, 71 ha no Paraná e 33 ha em Goiás. Fonte: Ciclo Vivo A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram nesta terça-feira (29), em entrevista coletiva, os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2010 a 2011. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan. O estudo aponta desflorestamentos verificados de 13.312 hectares (ha), ou 133 Km², no período de 2010-2011. Destes, 12.822 ha correspondem a desflorestamentos, 435 ha a supressão de vegetação de restinga e 56 ha a supressão de vegetação de mangue. No dia 27 de maio (domingo), foi comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica. Ela é o bioma mais ameaçado do Brasil: restam somente 7,9% de remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativas para a conservação da biodiversidade. Considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de 3 hectares, o índice chega a 13,32%. Da área total do bioma Mata Atlântica, 1.315.460 km2, foram avaliados no levantamento 1.224.751 km2, o que corresponde a cerca de 93%. Foram analisados os Estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e Bahia. Por causa da cobertura de nuvens, que prejudicam a captação de imagens via satélite, foram avaliados parcialmente os Estados da Bahia (57%), de Minas Gerais (58%) e do Espírito Santo (36%). Nos demais Estados do Nordeste que estão dentro dos limites do bioma – Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte – a análise foi impossibilitada devido a ocorrência de nuvens. Os dados são apresentados por Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica; Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE; e Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação. Para Marcia Hirota, o alerta dado no ano passado parece não ter sido suficiente. Entre os Estados avaliados em situação mais crítica estão Bahia e Minas Gerais, sobretudo nas regiões com matas secas. Em Minas Gerais, os desflorestamentos continuam ocorrendo na região agora chamada de “triângulo do desmatamento”, onde já foram identificados vários desflorestamentos no período anterior. Nesta região, as florestas nativas estão sendo transformadas em carvão e substituídas por eucalipto. “O alerta fica principalmente para Minas, o Estado que mais perdeu em termos de floresta neste período”, observa ela. Já Flávio Ponzoni ressalta que a cada edição a avaliação tem sido feita com mais agilidade e maior precisão, validando os desmatamentos em imagens recentes de alta resolução e com trabalhos de campo. A base está sendo complementada com as áreas de campos naturais, várzeas, matas ciliares de forma a tornar as próximas versões mais completas e permitir um melhor monitoramento dos impactos negativos decorrentes das alterações do Código Florestal. “Neste momento de crise, com o desmonte da legislação brasileira e a alteração do Código, é importante ter esse tipo de informação qualificada sendo gerada periodicamente para dar suporte a políticas públicas. Este é um ano de eleições e é fundamental que os candidatos a prefeito saibam qual é a base de Mata Atlântica que possuem em seu município e se comprometam com a proteção e recuperação da floresta”, diz Mario Mantovani. Ranking do desmatamento Em Minas Gerais, onde a Mata Atlântica já cobriu 46% do território total do Estado (27.235.854 ha de um total de 58.697.565 ha), hoje restam apenas 3.087.045 ha do bioma original. No período 2010-2011, foram desflorados 6.339 ha. A Bahia conquistou a triste segunda posição do ranking com o desflorestamento de 4.686 ha. Hoje, restam no Estado 2.408.648 ha de Mata Atlântica, o que, originalmente, já correspondeu a 18.875.099 ha. Mato Grosso do Sul, Santa Cantarina e Espírito Santo levam, respectivamente, as 3a, 4a e 5a posições, com o desmatamento de 588 ha, 568 ha e 364 ha. A esses números, somam-se desflorestamentos de 216 ha em São Paulo, 111 ha no Rio Grande do Sul, 92 ha no Rio de Janeiro, 71 ha no Paraná e 33 ha em Goiás. Fonte: Ciclo Vivo A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgaram nesta terça-feira (29), em entrevista coletiva, os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2010 a 2011. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan. O estudo aponta desflorestamentos verificados de 13.312 hectares (ha), ou 133 Km², no período de 2010-2011. Destes, 12.822 ha correspondem a desflorestamentos, 435 ha a supressão de vegetação de restinga e 56 ha a supressão de vegetação de mangue. No dia 27 de maio (domingo), foi comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica. Ela é o bioma mais ameaçado do Brasil: restam somente 7,9% de remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativas para a conservação da biodiversidade. Considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de 3 hectares, o índice chega a 13,32%. Da área total do bioma Mata Atlântica, 1.315.460 km2, foram avaliados no levantamento 1.224.751 km2, o que corresponde a cerca de 93%. Foram analisados os Estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e Bahia. Por causa da cobertura de nuvens, que prejudicam a captação de imagens via satélite, foram avaliados parcialmente os Estados da Bahia (57%), de Minas Gerais (58%) e do Espírito Santo (36%). Nos demais Estados do Nordeste que estão dentro dos limites do bioma – Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte – a análise foi impossibilitada devido a ocorrência de nuvens. Os dados são apresentados por Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento e coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica; Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE; e Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação. Para Marcia Hirota, o alerta dado no ano passado parece não ter sido suficiente. Entre os Estados avaliados em situação mais crítica estão Bahia e Minas Gerais, sobretudo nas regiões com matas secas. Em Minas Gerais, os desflorestamentos continuam ocorrendo na região agora chamada de “triângulo do desmatamento”, onde já foram identificados vários desflorestamentos no período anterior. Nesta região, as florestas nativas estão sendo transformadas em carvão e substituídas por eucalipto. “O alerta fica principalmente para Minas, o Estado que mais perdeu em termos de floresta neste período”, observa ela. Já Flávio Ponzoni ressalta que a cada edição a avaliação tem sido feita com mais agilidade e maior precisão, validando os desmatamentos em imagens recentes de alta resolução e com trabalhos de campo. A base está sendo complementada com as áreas de campos naturais, várzeas, matas ciliares de forma a tornar as próximas versões mais completas e permitir um melhor monitoramento dos impactos negativos decorrentes das alterações do Código Florestal. “Neste momento de crise, com o desmonte da legislação brasileira e a alteração do Código, é importante ter esse tipo de informação qualificada sendo gerada periodicamente para dar suporte a políticas públicas. Este é um ano de eleições e é fundamental que os candidatos a prefeito saibam qual é a base de Mata Atlântica que possuem em seu município e se comprometam com a proteção e recuperação da floresta”, diz Mario Mantovani. Ranking do desmatamento Em Minas Gerais, onde a Mata Atlântica já cobriu 46% do território total do Estado (27.235.854 ha de um total de 58.697.565 ha), hoje restam apenas 3.087.045 ha do bioma original. No período 2010-2011, foram desflorados 6.339 ha. A Bahia conquistou a triste segunda posição do ranking com o desflorestamento de 4.686 ha. Hoje, restam no Estado 2.408.648 ha de Mata Atlântica, o que, originalmente, já correspondeu a 18.875.099 ha. Mato Grosso do Sul, Santa Cantarina e Espírito Santo levam, respectivamente, as 3a, 4a e 5a posições, com o desmatamento de 588 ha, 568 ha e 364 ha. A esses números, somam-se desflorestamentos de 216 ha em São Paulo, 111 ha no Rio Grande do Sul, 92 ha no Rio de Janeiro, 71 ha no Paraná e 33 ha em Goiás. Fonte: Ciclo Vivo

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Governo obriga replantio de mata nativa nas áreas de preservação permanente ao longo dos rios

Uma das principais intervenções feitas pela presidenta Dilma Rousseff no novo Código Florestal Brasileiro foi a ampliação da faixa que deverá ser reflorestada nas margens de rios em áreas de preservação permanente (APPs). Os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100 metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais. As novas regras vão substituir o Artigo 61 do código aprovado pela Câmara dos Deputados no fim de abril. O texto só exigia a recuperação da vegetação de APPs ao longo de rios com, no máximo, 10 metros de largura. Não previa nenhuma obrigatoriedade de recuperação dessas áreas nas margens dos rios mais largos. “Fizemos [a mudança] considerando o tamanho da propriedade, a largura de rio, o impacto da regularização no tamanho da propriedade; consideramos os fatores social e ambiental”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao explicar a alteração. Para imóveis rurais com até 1 módulo fiscal (unidade de área que varia de 5 a 110 hectares, acordo com a região do país), o proprietário terá que recompor na APP uma faixa de 5 metros largura a partir da calha do rio, independentemente do tamanho do curso d’água. Se houver outras APPs na propriedade, a área preservada não poderá ultrapassar 10% da área total do imóvel. Nas propriedades entre 1 e 2 módulos fiscais, a faixa a ser reflorestada deverá ter 8 metros, qualquer que seja a largura do rio. Nos imóveis rurais entre 2 e 4 módulos fiscais, os proprietários terão que recuperar 15 metros. No caso de imóveis entre 4 e 10 módulos rurais, a largura da recomposição da mata nativa será 20 metros nas APPs ao longo de rios de até 10 metros de largura, e 30 metros a 100 metros nas margens de rios mais largos. Os grandes proprietários de terras, com imóveis com mais de 10 módulos fiscais, serão obrigados a recompor, no mínimo, faixas de 30 metros de largura nas APPs ao longo de pequenos cursos d’água (com 10 metros de largura) e entre 30 metros e 100 metros nas margens de rios maiores, com mais de 10 metros de largura. A criação de escalas de recomposição, segundo o governo, vai garantir a maior preservação das margens de rios e beneficiar os pequenos agricultores. Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, os principais beneficiados serão os agricultores familiares. “Quem tem menos área de terra vai recompor menos e quem tem mais vai recompor mais APP. Estamos aqui estabelecendo um principio de justiça, estamos preservando aqueles que produzem alimentos saudáveis, estamos preservando o meio ambiente”. Reportagem de Danilo Macedo, Luana Lourenço e Yara Aquino, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 26/05/2012

Terra leva um ano e meio para repor recursos consumidos anualmente

De acordo com um relatório Living Planet, divulgado no dia 15 de maio, a Terra leva um ano e meio para repor todos os recursos que a população mundial consome a cada ano. Para muitos ambientalistas, a Rio+20, conferência internacional que será realizada no Brasil em junho, é uma oportunidade para os países aumentarem de forma urgente a proteção à natureza. "A conferência Rio 20 é uma oportunidade para o mundo tratar com seriedade a necessidade de tornar o desenvolvimento sustentável", disse David Nussbaum, presidente do WWF na Grã-Bretanha. O Brasil ficou em 56º lugar. "Nós precisamos aumentar o senso de urgência, e eu acho que em última instância isso não diz respeito somente às nossas vidas mas também ao legado que vamos deixar para as futuras gerações", acrescentou. Desde 1966, a demanda por esses recursos se duplicou, acentuando as diferenças entre habitantes de países ricos e pobres. Se cada morador da Terra consumisse como um americano, por exemplo, seriam necessários quatro planetas para responder a essa demanda. Análises feitas por outra organização, a Global Footprint Network, também mostram um cenário preocupante. Os cálculos têm como objetivo dimensionar o quão sustentável nossa sociedade global é em termos de sua pegada ecológica - uma medida composta por fatores tais como a queima de combustíveis fósseis, o uso de áreas agrícolas para produção de alimentos, e o consumo de madeira e peixes capturados em ambiente selvagem. No ranking elaborado pela organização, os Estados Unidos ficam entre os dez países como maior pegada ecológica. Entre os primeiros da lista aparecem ainda Dinamarca, Bélgica, Austrália e Irlanda. No ranking elaborado pela organização, o Golfo Pérsico emerge como a região com a pegada ecológica per capita mais alta do mundo, com Catar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos como os países menos sustentáveis. Áreas tropicais - O estudo mostrou, ainda, que a exploração dos recursos naturais provocou uma redução de 30% da vida selvagem no planeta desde 1970. Entre as espécies tropicais a redução foi ainda maior, de 60%. O documento combinou dados de mais de 9.000 populações de animais ao redor do mundo para chegar a esta conclusão. Seus principais autores, os pesquisadores do WWF, dizem que o progresso global quanto à proteção da natureza e o combate às mudanças climáticas ainda é "glacial". O relatório usa dados sobre tendências populacionais de várias espécies ao redor do mundo compilados pela Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla em inglês). Na edição mais completa de seu relatório até hoje, a ZSL examinou um número recorde de espécies (2.600), e populações destas espécies (9.104). As espécies mais afetadas são aquelas encontradas em rios e lagos das regiões tropicais, que apresentam uma redução de 70% desde 1970. O diretor do Instituto de Zoologia da ZSL, Tim Blackburn, fez uma analogia entre as cifras ambientais e o mercado financeiro. "Haveria pânico se o FTSE [índice da Bolsa de Londres] mostrasse um declínio como este. A natureza é mais importante do que o dinheiro. A humanidade pode viver sem dinheiro, mas nós não podemos viver sem a natureza e os serviços essenciais que ela nos traz", avaliou. Uma das recomendações à Rio 20 diz respeito a este conceito, e aconselha os governos de todo o mundo a utilizarem indicadores econômicos que incluam uma valoração do "capital natural". Escassez d’água - Uma nova medida desenvolvida pelo WWF permite rastrear a escassez de água em 405 sistemas de rios ao redor do mundo com periodicidade mensal. A análise revela que 2,7 bilhões de pessoas (quase metade da população mundial) já têm que lidar com falta dágua por ao menos um mês todos os anos. O relatório destaca alguns exemplos de progresso quanto à sustentabilidade, tais como um programa no Paquistão que ajudou fazendeiros de algodão a reduzirem o uso de água, pesticidas e fertilizantes gerando uma colheita semelhante. Os dados também mostram algumas áreas que precisam de atenção urgente, tais como uma taxa mundial de desperdício de alimentos de 30% causada por comportamento irresponsável nos países mais ricos e a falta de infraestrutura de armazenamento em nações em desenvolvimento. David Nussbaum, presidente do WWF na Grã-Bretanha, compara os dados com o mercado financeiro ao dizer que não é tarde demais para alterar as tendências em curso, mas que "precisamos lidar com isto com a mesma urgência e determinação com as quais lidamos com a crise financeira sistêmica global". Fonte: BBC Brasil

Rondônia: Governo incentiva plantio de árvores para fins comerciais

O Governo de Rondônia, por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) normatizou o plantio de árvores para fins comerciais. A produção de Florestas Plantadas é uma atividade altamente lucrativa e vai ampliar a base produtiva rural e impulsionar a economia do Estado. No stand da SEDAM que está sendo organizado para a 1ª Feira de Tecnologia e Oportunidade de Negócios Agropecuários, a ‘Rondônia Rural Show’ será disponibilizada a cartilha “Plantar Árvores em Rondônia é um grande negócio” “plante seu futuro” que esclarece à sociedade sobre os benefícios de plantar floresta com fins comerciais. O evento realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri), acontece no período de 24 a 27 em Ji-Paraná. Conforme explicou a secretária da SEDAM, Nanci Maria Rodrigues da Silva, o plantio de árvores para fins comerciais é um excelente negócio e o mais importante: é sustentável, porque beneficia aspectos econômicos, sociais e ambientais. O livreto orienta sobre os procedimentos necessários para o plantio, principalmente quem já plantou e como colher. Como por exemplo, quem plantou espécie exótica (teca, eucalipto) é só colher, vender com a Nota Fiscal de Produtor Rural, citando a base legal: “Isenta de DOF (Documento de Origem Florestal) conforme Decreto nº 15.933/2011 de 19/05/2011 e Instrução Normativa nº 01/cidade 30/05/2011. Se for espécie nativa (paricá, pinho cubano, mogno, etc.) precisa cadastrar o plantio através do “Comunicado de Plantio” e o “Informativo de Corte” junto a Sedam. Em seguida é gerado a AUTEX, depois é só vender com a Nota Fiscal de Produtor Rural e o respectivo DOF. Na cartilha também consta o Decreto do Governo do Estado e a Instrução Normativa da SEDAM que trás as regras da floresta plantada. A publicação da cartilha foi uma parceria do Governo de Rondônia com a ARFLORA - Associação Rondoniense dos Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) e Associação Rondoniense de Engenheiros Florestais (AREF). Fonte: Rondônia Dinâmica

O Açaí, fruto típico de uma palmeira amazônica, ganhou o mundo

O açaizeiro é uma palmeira tipicamente tropical, encontrada no estado silvestre e faz parte da vegetação das matas de terra firme, várzea e igapó. A palmeira também é explorada na região para a extração do palmito. Conhecido por ter uma polpa com grande poder nutritivo, a fruta é consumida no mundo todo em bebidas, mix de frutas, sorvetes e cápsulas. O Açaí, fruto típico de uma palmeira amazônica, ganhou o mundo. É vedete nas lanchonetes de cidades litorâneas do Brasil, em quiosques de Los Angeles e Nova Iorque (EUA) e até em Paris (França). Açaí, típico da região Amazônica, fruto do açaizeiro (Euterpe oleracea, família Palmae) é muito utilizado pelos habitantes no preparo de sucos, vinhos, doces, licores e sorvetes. O açaizeiro é uma palmeira tipicamente tropical, encontrada no estado silvestre e faz parte da vegetação das matas de terra firme, várzea e igapó. A palmeira também é explorada na região para a extração do palmito. Conhecido por ter uma polpa com grande poder nutritivo, a fruta é consumida no mundo todo em bebidas, mix de frutas, sorvetes e cápsulas. Na região amazônica, o suco feito com a polpa é conhecido como “vinho de açaí”. Consumido geralmente com farinha de tapioca, faz parte da alimentação local. Hoje, o estado que lidera a produção é o Pará, com quase 90% do mercado, mas o açaí é apreciado em toda a região amazônica e recentemente tem sido também consumido pelos estados do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente por academias e atletas. Açaizeiro. Despolpamento do fruto Pelo despolpamento do fruto, obtem-se o tradicional "vinho do açaí", bebida de grande aceitação e bastante difundida entre as camadas populares, considerado um dos alimentos básicos da região. O caroço (endocarpo e amêndoa), após decomposição é largamente empregado como matéria orgânica, sendo considerado ótimo adubo para o cultivo de hortaliças e plantas ornamentais. Utilização da Estirpe do Açaí Quando adulto e bem seco, a estirpe é bastante utilizado como esteio para construções rústicas, ripas para cercados, currais, paredes e caibros para coberturas de barracas, lenha para aquecimento de fornos de olarias. Experiências realizadas pelo Idesp-Pará, demonstraram a sua importância como matéria-prima para produção de papel e produtos de isolamento elétrico. A Copa As folhas do açaí servem para cobertura de barracas provisórias e fechamento de paredes, especialmente as de uso transitório como as utilizadas pelos roceiros e caçadores. Quando verdes e recém-batidas, servem como ração, sendo bastante apreciada pelos animais. As folhas do açaizeiro, após trituração, também fornecem matéria-prima para fabricação de papel. Na base da copa, constituída pela reunião das bainhas e o ponto terminal do estipe, encontra-se um palmito de ótima qualidade e muito procurado pelas indústrias alimentícias. As bainhas da folhas, por sua vez, após separação para extração do palmito e os resíduos deste, são utilizadas como excelente ração para bovinos e suínos, bem como - após decomposição - excelente adubo orgânico para hortaliças e fruteiras. A Planta É palmeira de belo porte, apresentando-se bastante alta, quando em concorrência na floresta, porém de porte médio se cultivada isoladamente ou sem influência de árvores de grande porte. Presta-se com ótimos resultados para ornamentação de jardins e parques. Pelas características de cultura permanente, pode ser recomendada para proteção do solo, por apresentar uma deposição constante de folhas, aliado ao sistema radicular abundante que possui. Importância Comercial O açaí é de importância incalculável para a região amazônica em virtude de sua utilização constante por grande parte da população, tornando-se impossível, nas condições atuais de produção e mercado, a obtenção de dados exatos sobre sua comercialização. A falta de controle nas vendas, bem como a inexistência de uma produção racionalizada, uma vez que a matéria-prima consumida apoia-se pura e simplesmente no extrativismo e comercialização direta, também impedem a constituição de números exatos. Variedades O açaizeiro apresenta duas variedades bastante conhecidas pelo homem interiorano, cuja diferenciação é feita apenas pela coloração que os frutos apresentam quando maduros, as quais podem ser assim caracterizadas: Açaí Roxo: É a variedade regional predominante conhecida com açaí preto, pois seus frutos apresentam, quando maduros, uma polpa escura, da qual se obtém um suco de coloração arroxeada "cor de vinho", originando assim, a denominação popular de "vinho de açaí". Açaí Branco É assim denominado por produzir frutos cuja polpa, quando madura, se apresenta de coloração verde-escuro brilhante, fornecendo um suco (vinho) de cor creme claro. Além de ser aproveitado de todas estas formas, o palmito do açai, que é muito apreciado e considerado como um prato fino, é comercializado em grande escala e chega a ser exportado. Bom para a Saúde O mais recente resultado da pesquisa traz nova boa notícia aos consumidores do açaí. Em artigo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, os cientistas descrevem que os antioxidantes contidos no fruto são absorvidos pelo organismo humano. O estudo envolveu 12 voluntários, que consumiram açaí em polpa e na forma de suco, esta última contendo metade da concentração de antocianinas – pigmentos que dão cor às frutas – do que a versão em polpa. Os dois alimentos foram comparados com sucos sem propriedades antioxidantes, usados como controle. Amostras do sangue e da urina dos participantes foram tomadas 12 e 24 horas após o consumo e analisadas. Segundo os pesquisadores, tanto a polpa como o suco apresentaram absorção significativa de antioxidantes no sangue após terem sido consumidos. "O açaí tem baixo teor de açúcar e seu sabor é descrito como uma mistura de vinho tinto e chocolate. Ou seja, o que mais podemos querer de uma fruta?", disse Susanne Talcott, principal autora do estudo, do qual também participaram cientistas das universidades do Tennessee e da Flórida. Segundo ela, trabalhos futuros poderão ajudar a determinar se o consumo do açaí pode resultar em benefícios para a saúde com relação à prevenção de doenças. O grupo do qual faz parte tem estudado a ação do açaí contra células cancerosas. “Nossa preocupação é que o açaí tem sido vendido como um superalimento. E ele definitivamente tem atributos notáveis, mas não pode ser considerado uma solução para doenças. Há muitos outros bons alimentos e o açaí pode ser parte de uma dieta bem balanceada”, disse Susanne. O artigo Pharmacokinetics of anthocyanins and antioxidant effects after the consumption of anthocyanin-rich açai juice and pulp (Euterpe oleracea Mart.) in human healthy volunteers, de Susanne Talcott e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Agricultural and Food Chemistry em http://pubs.acs.org/journals/jafca Ambientebrasil

Senado aprova MP que altera limites de oito áreas ambientais na Amazônia

Os senadores aprovaram, nesta terça-feira (29), o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 12/2012, proveniente da Medida Provisória (MP) 558/2012, que redefine os limites dos Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e Mapinguari; das Florestas Nacionais de Itaituba I, Itaituba II, do Crepori e do Tapajós; e da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós. A redefinição dos limites tem por objetivo a regularização fundiária de famílias que vivem em áreas sob proteção ambiental e a destinação de terras para o alagamento por usinas hidrelétricas. A matéria precisava ser votada com urgência, pois perdia a validade no dia 31 de maio. A relatora da MP no Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), argumenta que diversas comunidades tradicionalmente localizadas em áreas que posteriormente foram decretadas como unidades de conservação vivem numa situação de insegurança jurídica. Além disso, a senadora chama a atenção para a importância de viabilizar o aproveitamento hidrelétrico da região Amazônica, “de modo a assegurar uma matriz energética nacional limpa e garantir o desenvolvimento sustentável do país e o bem-estar da população”. A medida implica num acréscimo das Áreas de Preservação Ambiental na ordem de 20,9 mil hectares. Na Câmara, o texto recebeu 52 emendas. O relator naquela Casa, deputado Zé Geraldo (PT-PA), acrescentou à MP dispositivo que exclui duas áreas da Floresta Nacional do Tapajós, ambas no Pará. De acordo com ele, o objetivo foi solucionar problemas agrários na região. Outra mudança foi a suspensão, até 30 de junho de 2013, da execução fiscal de dívidas de produtores rurais vinculados ao Projeto Agro-industrial Canavieiro Abraham Lincoln, localizado no Pará. As dívidas, que se referem ao período de 17 de maio de 1984 a 31 de maio de 2002, somam, segundo o relator, cerca de R$ 10 milhões, e a renegociação desses débitos teria recebido o aval do Ministério da Fazenda. No Senado, a matéria não sofreu alterações. Durante a discussão da MP, os senadores José Agripino (DEM-RN), Aloysio Nunes (PSDB-SP), e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) recomendaram o voto contrário à aprovação, por considerarem que a MP fere o princípio da reserva legal, não sendo instrumento adequado para propor alteração em limites de unidades de conservação. No mesmo sentido, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), lendo carta enviada pela ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, apontando uma série de problemas na MP, manifestou-se contra a sua aprovação. Modificações O Parque Nacional da Amazônia – localizado nos municípios de Itaituba e Aveiro (PA) e de Maués (AM) – passa a ter área total de 1.070.736 hectares. De acordo com a MP as áreas dos limites leste do Parque Nacional Amazônia deverão ser destinadas ao estabelecimento de projetos de assentamento sustentáveis, a serem criados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), enquanto que a área da parte sul da unidade será destinada à futura Usina Hidroelétrica de São Luiz do Tapajós. Já o Parque Nacional dos Campos Amazônicos passa a ter área aproximada de 961.320 hectares, abrangendo terras dos estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. A mudança, de acordo com o governo, possibilitará a realocação e consequente regularização fundiária dos ocupantes da Estrada do Estanho e dos posseiros presentes na região chamada Ramal do Pito Aceso. Conforme a MP também será possível a formação do lago artificial da futura Usina Hidrelétrica de Tabajara, no Rio Machado. O relator da matéria na Câmara, deputado Zé Geraldo, excluiu, tanto no parque dos Campos Amazônicos quanto no Mapinguari, a possibilidade de atividades de mineração dentro dos limites da zona de amortecimento dessas unidades. A autorização seria dada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), e o empreendimento dependeria de licença do órgão ambiental competente. A mudança feita no Parque Nacional Mapinguari, localizado nos municípios de Canutama e Lábrea (AM), subtraiu da unidade 8.470 hectares, área que será inundada pelos lagos das Usinas Hidroelétricas de Santo Antônio e de Jirau e ocupadas pelo canteiro de obras dessa última usina. As Florestas Nacionais de Itaituba I e II e do Crepori, bem como a APA do Tapajós localizam-se todas no estado do Pará. Na redefinição de limites, Itaituba I perde 7.705 hectares, para viabilizar as hidrelétricas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá. Já de Itaituba II, são subtraídos 28.453 hectares para também eliminar a sobreposição com a Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. Por sua vez, a Floresta Nacional do Crepori perderá área de 856 hectares e a APA do Tapajós será reduzida em 19.916 hectares, de modo a possibilitar a Hidrelétrica de Jatobá. A Floresta Nacional do Tapajós, incluída no texto pelo relator na Câmara, perde 17.851 hectares, de modo a viabilizar a regularização de áreas das comunidades de Aveiro e São Jorge (PA). A proposição segue para a sanção presidencial. Matéria da Agência Senado

A silvicultura, a feijoada e a macarronada!

A silvicultura brasileira tem profissionais altamente capacitados e de reconhecida competência terça, 29 de maio de 2012 Num sábado de frio, garoa e preguiça, a movimentação num restaurante “self-service” a cheiro e gosto de feijoada, fez lembrar algumas curiosidades da silvicultura. Gente bonita, gente feia, gente com família, gente solitária! Gostos? De todo o tipo: só feijoada ,só macarrão, só comida japonesa e todas as combinações possíveis ! assustou-me, no entanto, o apetite de um “corinthiano” meio assustado com o prato redondo de comida japonesa, macarronada,peixe ensopado e feijoada ! E a nossa silvicultura onde entra nessa feijoada com macarronada? A resposta está nas constatações de campo: serviços de todo o tipo; as mais variadas justificativas para esse ou aquele procedimento; as mais diversas finalidades desse ou daquele empreendimento; floresta para isso ou para aquilo; madeira para tudo! Um punhado de dúvidas, mas uma certeza: no final da linha alguém paga a conta e estamos conversados! Simples de mais, se não fosse para uma atividade que há anos, vem lutando para desmistificar inúmeros erros técnicos cometidos no passado e que deixaram marcas indeléveis e de alto custo para o setor. Saímos de uma silvicultura conhecida como “deserto verde” e já temos excelentes exemplos de silvicultura sustentável !!! Mas como justificar alguns retrocessos em nossos procedimentos silviculturais ? Anotem as pérolas: discussões e dúvidas sobre procedimentos cientificamente comprovados; justificativas para as mais diversas variações de espaçamentos ou quase sem espaçamento ( ! ), competição nutricional, sistemas e fórmulas mágicas para adubar ou para não adubar, clones milagrosos,e por aí vai...! Realmente, é de assustar, é de se preocupar e se não cuidarmos, vai ser de chorar! E o pior é que, por mais que se exponha a indignação dos que fizeram, viveram e conheceram a história, as dificuldades superadas e os saltos tecnológicos de nossa silvicultura, nada muda ! É impressionante a quantidade de desavisados que, insistentemente, procuram detalhes sobre as fantasiosas ofertas anunciadas pelos vendedores de sonho! É aquela espécie, cuja madeira vale um caminhão de ouro e que cresce de forma assustadora; é aquela forma de manejar florestas que leva à produtividades incomparáveis;enfim,uma coletânea de promessas sem nenhum comprometimento com a ética profissional e que só encontra espaço com os desavisados, que caem no setor, alguns, até mesmo, verdadeiros espertalhões, procurando uma beirinha em oportunismos da moda. Para esses oportunistas, o cruzamento com os vendedores de sonho é o que há ! No entanto, não tenhamos dúvidas, que também estamos queimando excelentes oportunidades com grandes empreendedores que poderiam crescer no setor, diversificar interesses e fortalecer a silvicultura brasileira! Da feijoada despretensiosa a essas comparações com a silvicultura ficou uma lição: no restaurante - mesmo que se tenha inúmeras alternativas para escolha, não se iluda e não misture! Saiba o que serve adequadamente para sua alimentação e não se deixe levar pelos adornos gastronômicos! na silvicultura - use tecnologia, respeite os resultados de anos de experimentações e pesquisas e não se deixe cair em atalhos que não possuem comprovações científicas! Mas que atalhos? A silvicultura brasileira tem profissionais altamente capacitados e de reconhecida competência. Não precisa nenhuma mágica para localizá-los.! Com certeza, esses competentes e éticos profissionais saberão indicar os atalhos que devem ser evitados! Na dúvida, dê um pulinho nas universidades ou nos centros de pesquisas florestais e invista com segurança na silvicultura brasileira! Fonte: Nelson Barboza Leite –nbleite@uol.com.br