JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, e a organização não-governamental ambientalista Greenpeace anunciaram nesta quarta-feira (19) que estão retomando o diálogo para o cumprimento do acordo sócio-ambiental com relação ao bioma amazônico firmado com clientes.
Com isso, a empresa e a ONG adotam novo cronograma que prevê que, até dezembro de 2014, todas as fazendas fornecedoras diretas de gado para a JBS terão mapas de georeferenciamento, que servirá de base para averiguar sobre possíveis desmatamentos nas propriedades.
O cronograma também prevê que a JBS atenderá as exigências e os prazos legais estipulados pelo novo Código Florestal até dezembro de 2014.
Numa etapa intermediária, em meta prevista para até dezembro de 2013, a companhia deverá desenvolver um novo procedimento para a emissão das Guias de Trânsito Animal (GTA), que leve em consideração a lista de áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Relatório da JBS, auditado pela BDO RCS auditores independentes, indica que a companhia tem um cadastro de mais de 22 mil fazendas fornecedoras, dos quais a companhia realizou compras efetivas de pouco mais de 15 mil fazendas.
Os dados compilados até o início de novembro indicavam que deste número total de fornecedores da JBS, quase 10 mil deles possuem mapas digitalizados das fazendas localizadas no Bioma da Amazônia.
A questão resolve impasse iniciado em junho, depois que o Greenpeace divulgou relatório no qual afirmava que a JBS havia desrespeitado compromisso firmado em 2009, em que se comprometia a não comprar mais animais criados em áreas desmatadas recentemente.
Na ocasião, a ONG disse ainda que a JBS corria risco de perder clientes por descumprir tal acordo, mas a empresa negou cancelamentos de contratos e alegou que o relatório do Greenpeace trazia informações incorretas.
Ainda em junho, a JBS informou que a justiça havia concedido liminar a favor da empresa e contra o Greenpeace, em Vara Cível de Goiânia.
O coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, Marcio Astrini, observa que por esta iniciativa a JBS retoma acordo firmado em 2009.
Segundo o Greenpeace, por esta medida "a JBS reforça seu compromisso público de não comprar gado de fazendas da Amazônia que desmataram, que operam dentro de áreas protegidas e com casos de trabalho escravo".
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