quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Araucárias Gigantes será oficialmente transformada em reserva



Por Germano Woehl Jr.

A RPPN das Araucárias Gigantes foi protocolada no início de janeiro e na semana passada já teve a vistoria da equipe de funcionários do ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável pelas unidades de conservação da natureza. Isto significa que nas próximas semanas já teremos a boa noticia de sua criação.


A imagem acima mostra alguns exemplares das araucárias gigantes que ocorrem na RPPN. Observe a imponência desta magnífica árvore, como ela se destaca na floresta ao atingir uma altura de até 50 metros.

A araucária apresenta também uma grande longevidade. Na literatura* está registrado, pela contagem dos anéis de crescimento, araucárias com até 386 anos de idade. Certa vez, eu vi uma tora gigantesca de uma araucária no pátio de uma serraria em Itaiópolis. Então, com muita paciência, sob um sol de rachar, contei os anéis e lembro-me que eram mais de 300.

Repare na imagem uma araucária morta que permaneceu em pé. Muitos acham que não há nenhum problema em “aproveitar” as árvores que morrem, como esta araucária. Engana-se terrivelmente quem pensa assim. Estas árvores que morrem são a fonte de vida de uma floresta, são cruciais e tão importantes para a perpetuação da biodiversidade quanto às árvores vivas. A vida começa nestas árvores que morrem.

Quando uma árvore morre e começa a apodrecer permanecendo em pé ou caindo, milhares de insetos depositam seus ovos nesse tronco em decaimento. As larvas que se desenvolvem tornam-se uma fonte preciosa de alimento para os pica-paus e várias outras espécies de aves e mamíferos.

Muitas espécies de aves usam estes troncos em processo de apodrecimento para construir cavidades para seus ninhos ou abrigos. Confira na imagem abaixo como fica o tronco de uma araucária morta.




Araucária que morreu naturalmente na RPPN das Araucárias Gigantes:
A vida começa nesta araucária que morre.



E quando o tronco se decompõe totalmente serve de adubo para as árvores que estão vivas. Ou seja, estas árvores que morrem são cruciais para manter o ciclo de vida de uma floresta.

A ganância de extrair da floresta a madeira das árvores que morrem naturalmente provoca também muita destruição. São abatidas dezenas de outras árvores e feita abertura de estradas, ou seja, são abertas grandes feridas na floresta

*Sanquetta, C. R.; Tetto, A. F.; Fernandes, L. A. V., Corte, A. P. D.; Souza, R. K. 2007. Pinheiro do Paraná: Lendas e Realidades. 2ª.Edição. Curitiba: Optagraf Editora e Gráfica.120p.

Nome científico da ARAUCÁRIA que é conhecida também como PINHEIRO-DO-PARANÁ: Araucaria angustifolia.

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