quarta-feira, 18 de março de 2009

Ações salvaram 3,3 mil km² de floresta nativa

Estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que as políticas de combate ao desmatamento conseguiram evitar a derrubada de 3.300 km2 de floresta em 2008. "Já esperávamos números como esses", afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que há pouco tempo recebeu cópia do estudo.

Coordenado pelo pesquisador Paulo Barreto, o trabalho analisou dados captados pelo sistema Prodes, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do próprio Imazon. "Os dois indicadores deixam claro que a política adotada a partir de 2008 exerceu um papel protetor significativo", afirmou.

A redução mais expressiva ocorreu nos 36 municípios com maiores índices de desmate. Pelos dados coletados com base no SAD, em 2008 deixaram de ser derrubados 1.500 km² de floresta nessa área - o equivalente a 42km² por município.

RESTRIÇÃO DE CRÉDITO

A tendência de redução começou a ser detectada em maio, dois meses após o lançamento da Operação Arco de Fogo. Mas foi a partir da Operação Boi Pirata e da restrição de crédito para imóveis rurais que tal impacto ficou evidente.

Barreto avalia que o estudo tira dúvidas que pairavam sobre as operações, principalmente a apreensão e leilão de bois criados em áreas de preservação. "Muitos criticaram, sobretudo com a dificuldade na realização dos leilões. Mas a punição veio dois meses depois. Qual mecanismo tem resultados tão rápidos?"

Apesar dos elogios, Barreto insiste em que tais políticas são insuficientes. "É preciso acelerar políticas que assegurem desenvolvimento sustentável." A estratégia seria essencial para neutralizar a resistência às ações de combate ao desmatamento.
(Fonte: Estadão)

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