quarta-feira, 18 de março de 2009

Savana pode aumentar 215% na Amazônia até 2100, diz Inpe

Um estudo inédito do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), liderado pelo climatologista Carlos Nobre, procurou avaliar, pela primeira vez, os efeitos conjuntos das mudanças climáticas e do desmatamento na Amazônia. A pesquisa utilizou modelos computacionais para entender o impacto dos dois fatores na floresta. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

No cenário mais pessimista, considerando um aumento de temperatura de 5ºC e a destruição de 60% da floresta amazônica na América do Sul, a savana na região crescerá 215,6% até 2100. Menos da metade da floresta (44,2%) manterá a capacidade de se regenerar.

Já num cenário otimista, em que o aumento da temperatura seja de 3ºC e o desmatamento de no máximo 40%, a savana na região aumentará 170%, e apenas 66,2% da floresta poderá se regenerar.

Segundo Nobre, o clima muda até tal ponto que não é mais possível manter o ecossistema original. "Aquelas áreas que foram perdendo floresta foram ganhando savana", afirma. A savana que surge no lugar da floresta é pobre em espécies.

Queimadas


Carlos Nobre explica que o principal problema é a maior sensibilidade da Amazônia a incêndios. "Quando você tem aquecimento global, tem secas mais intensas, mais fogo. E se você tem desmatamento, você aumenta a temperatura, diminui a chuva, tem mais seca e mais fogo", afirma.

Ele explica que a vegetação da floresta amazônica é úmida, o que impede a propagação do fogo. Mas com um aumento na temperatura global e com a exploração de madeira, abrindo "buracos" na floresta, a vegetação fica mais suscetível às queimadas.


(Envolverde/Amazônia.org.br)

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